Ana Galdino é infectologista e disse que se apaixonou pela profissão por que trata do doente, da doença e do ambiente tudo simultaneamente e sempre estudou as pandemias que ocorreram no passado.
Mas há 11 meses durante a pandemia da covid-19 tem visto vários pacientes perderem a vida e estar no meio de um ambiente devastador como no caso do Amazonas é algo terrível.
Ela se recorda de vários pacientes com a covid-19 que estavam em grande evolução e que suplicavam pela vida, mas nada podia ser feito.
Ana Galdino tem 42 anos e fala sobre a sua angústia e frustração diante do combate a essa doença, algumas histórias disse que nunca vai esquecer principalmente a aconteceu em abril no ano passado.
Vinte e uma pessoas morreram no turno dela por falta de oxigênio, elas tinham que escolher quem iria viver quem iria morrer e diante de tamanho sofrimento e diante dessa rotina, ela não tinha tempo nem sequer para ir em casa.
Muitas vezes precisava ir para um canto e chorar, também a última que aconteceu no dia 14 de janeiro desse ano, que também faltou oxigênio em Manaus foi terrível, muito pior do que a primeira.
As pessoas estavam desesperadas, os parentes desesperados e não tinha o que fazer, não havia oxigênio em canto algum e as pessoas morriam por asfixia por falta de ar.
Tudo isso trouxe muitos traumas e algo que abala qualquer profissional, não há nenhum profissional da saúde que esteve em Manaus envolvido com os pacientes durante a falta de oxigênio que não se sentiu angustiado e frustrado.
No fim do turno ela disse que se arrumava para ir embora e chegava em casa e era somente choro.
Via: g1.globo.com